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ROTINAS DE CONSERVAÇÃO EM GUINDASTES

Como nas demais áreas, quando se trata de manutenção e reparação de guindastes, a primeira questão invariavelmente apontada é a necessidade de treinamento intensivo do operador, que é tido como o principal responsável pela longevidade do equipamento e segurança da operação. Segundo alguns fabricantes, cerca de 90% dos acidentes resultam de erros humanos.

Alguns especialistas ressaltam que não é possível falar apenas de paradas programadas quando se trata de garantir condições mecânicas adequadas a estas máquinas. Do mesmo modo, é insuficiente seguir somente as indicações do manual do fabricante do equipamento. Portanto, a indicação mais segura é a de sempre consultar e seguir as normas técnicas, como a norte-americana ASME B-30 e a ISO 9927:1, que são documentos de amplo consenso elaborados conjuntamente por fabricantes, usuários e órgãos reguladores internacionais. Outra recomendação é que o gestor de manutenção crie uma base de dados com um histórico de inspeções e manutenções do equipamento, uma ferramenta que auxilia na detecção de desvios padrões e na identificação de tendências em cada tipo de operação realizado pelos guindastes.

INSPEÇÃO DIÁRIA

Apesar de haver diferentes itens a serem inspecionados, que variam de acordo com o tipo de guindaste, alguns pontos são comuns, tanto nos modelos elétricos como nos movidos a diesel. Um deles é a inspeção diária, sempre realizada antes de a máquina entrar em operação. O procedimento inclui a verificação do nível do óleo do motor e do óleo hidráulico, além da água do radiador e dos níveis de óleo dos redutores de elevação. Em guindastes móveis, deve-se verificar ainda o nível de óleo (diesel e da transmissão) e o funcionamento dos mecanismos de manuseio da carga, como o de elevação e de giro.

No caso de guindastes treliçados, a diferença está na necessidade de verificação da estrutura da lança, para avaliar se algum elemento está amassado, solto ou desalinhado. Outros itens verificados diariamente são o ponto de fixação do cabo do moitão, a lubrificação e os componentes de desgaste.

Após a inspeção diária, ainda é necessário verificar se o local de operação da máquina abrange 360 graus livres, além de – antes de iniciar a operação – avaliar se não há obstrução mecânica no equipamento e se os freios estão em boas condições 

PROCEDIMENTOS

Se as inspeções apontarem a necessidade de manutenção, a primeira avaliação que deve ser feita é se o procedimento pode ou não ser realizado no próprio campo. Isso é importante, pois o tempo de desmontagem para transporte e a posterior remontagem, bem como o custo de frete de um equipamento de grande porte, dependendo do trajeto e da eventual necessidade de diversas carretas para transporte, poderá inviabilizar completamente o deslocamento até a oficina.

Mas a boa notícia é que, teoricamente, 100% das manutenções preventivas e preditivas podem ser realizadas no campo. Para isso, os fabricantes disponibilizam kits específicos. No caso de guindastes AT (All-Terrain), por exemplo, a cada 500 horas é preciso substituir o kit de manutenção de materiais de consumo, como correias, filtros, vedações e lubrificantes.

Já as intervenções corretivas mais complexas, como manutenção de elementos estruturais, oferecem maior segurança quando são realizadas em oficinas. Se, devido ao custo de frete, o usuário optar por realizá-las em campo, deve antes saber se o local possui condições estruturais semelhantes às de uma oficina, com espaço adequado, nivelamento correto e acesso às ferramentas necessárias, além de um técnico qualificado e segurança operacional.

Um ponto sempre lembrado é o cuidado com a limpeza, principalmente com peças móveis e vedações. Ao desconectar linhas hidráulicas de combustível, de ar ou de óleo lubrificante, por exemplo, lembre-se de limpar e inspecionar o ponto de conexão, e vedá-lo até ser reconectado. Nos redutores e no sistema hidráulico, são indicados testes físico-químicos no óleo lubrificante, procurando por partículas abrasivas e de degradação, o que pode determinar a periodicidade em que esse produto deverá ser trocado.

Com os devidos componentes protegidos e limpos, é possível fazer a desmontagem do equipamento, sempre examinando o trabalho executado e conferindo o check-list, para se certificar que nada deixou de ser feito. Além disso, antes de trabalhar nos sistemas elétricos da máquina é necessário desligar o motor e retirar as baterias.

fonte: www.guindastes.com